segunda-feira, 20 de julho de 2009

Pesquisa da Perseu Abramo mostra preconceito contra comunidade LGTB

Acaba de sair do forno a mais recente pesquisa social do Núcleo de Opinião Pública
(NOP), intitulada Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil, Intolerância e respeito às
diferenças sexuais nos espaços público e privado – uma realização da Fundação Perseu
Abramo, em parceria com a alemã Rosa Luxemburg Stiftung.
Com dados coletados em junho,de 2008(2), a pesquisa percorreu processo de
elaboração semelhante ao de estudos anteriores do NOP(3), tendo sido convidados pela
FPA para definir quais seriam as prioridades a investigar entidades e pesquisadores
dedicados ao combate e ao estudo da estigmatização e da discriminação dos indivíduos e
grupos com identidades sexuais que fogem à heteronormatividade – lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais (LGBT).
Com o intuito de subsidiar ações para que as políticas públicas avancem em direção
à eliminação da discriminação e do preconceito contra as populações LGBT, de forma a
diminuir as violações de seus direitos e a facilitar a assunção e afirmação de suas identidades
sexuais, buscou-se mensurar tanto indicadores objetivos de práticas discriminatórias em
razão da orientação sexual das pessoas, quanto as percepções sobre o fenôme- no
(indicadores subjetivos, portanto) e manifestações diretas e indiretas de atitudes
preconceituosas. A pesquisa cobriu assim um amplo espectro de temas, de modo que o
relato que segue constitui tão-somente uma leitura preliminar – entre muitas que certamente
os dados obtidos permitirão – e sobre parte dos resultados que, à primeira vista, parecem
mais relevantes.
Indagados sobre e existência ou não de preconceito contra as pessoas LGBT no
Brasil, quase a totalidade da população responde afirmativamente: acreditam que existe
preconceito contra travestis 93% (para 73% muito, para 16% um pouco), contra transexuais
91% (respectivamente 71% e 17%), contra gays 92% (70% e 18%), contra lésbicas 92%
(para 69% muito, para 20% um pouco) e, tão freqüente, mas um pouco menos intenso,
90% acham que no Brasil há preconceito contra bissexuais (para 64% muito, para 22% um
pouco). Mas perguntados se são preconceituosos, apenas 29% admitem ter preconceito
contra travestis (e só 12% muito), 28% contra transexuais (11% muito), 27% contra lésbicas
e bissexuais (10% muito, para ambos) e 26% contra gays (9% muito). (Gráficos 1a e 1b)
O fenômeno de atribuir os preconceitos aos outros sem reconhecer o próprio é comum e
esperado, posto que por definição a atitude preconceituosa é politicamente incorreta.

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